SAIBA PORQUE MUITOS SÃO DEMITIDOS DE UMA EMPRESA

No entanto, pesquisas compravam que para se manter no emprego, o profissional precisa possuir mais do que bons conhecimentos técnicos.

Os profissionais são contratados pelo currículo e demitidos pelas atitudes.

Empresas demitem por mau comportamento

Muita gente não tem noção do impacto que o seu comportamento pode acarretar na vida das outras pessoas.

Na hora de contratar um profissional, as empresas costumam levar em consideração o fato de ele vir de uma boa faculdade, ter feito bons estágios, falar vários idiomas e entender de tecnologia. No entanto, pesquisas compravam que para se manter no emprego, o profissional precisa possuir mais do que bons conhecimentos técnicos. Ele deve saber se relacionar bem com os seus parceiros e gestores.

Em 2009, a empresa de recrutamento e seleção pela internet Catho realizou uma pesquisa com 12.122 profissionais de instituições privadas de todo o Brasil, revelando os principais fatores para a demissão. As questões comportamentais foram identificadas entre as principais causas.

O levantamento realizado pela Catho apontou que entre as primeiras cinco razões que levam alguém a ser demitido, três estão relacionadas à características pessoais do profissional: o fato de ele não ter um bom relacionamento com o grupo (17,8%), a inaptidão para liderança (11,3%), além da falta de dinamismo (3%).

De acordo com o consultor Eduardo Ferraz, as pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas pelas atitudes. “Vários jovens, que conquistam vagas promissoras, não passam 6 meses trabalhando no mesmo lugar. Muitos deles são arrogantes e, mesmo estando há pouco tempo na empresa, já falam em ocupar cargos de gestão, sem estarem prontos para isso. Alguns não trabalham bem em equipe, colocando-se sempre numa posição superior aos seus pares. Outros criam conflitos com funcionários mais antigos, entre outras situações”, exemplifica.

Dificilmente alguém é demitido por não cumprir metas ou porque está tendo dificuldade de aprender o trabalho, segundo Ferraz. “No Brasil, as empresas costumam ser bastante compreensivas com os funcionários. O que mais vejo são gestores admitindo ter mandado um funcionário embora porque estava insuportável a convivência com ele”.

A importância do autoconhecimento

Na opinião do consultor, o grande mal das pessoas está na falta de autoconhecimento. Muita gente não tem noção do impacto que o seu comportamento pode acarretar na vida das outras pessoas.

“Quando uma pessoa é chamada à atenção por ser bastante teimosa, é comum ouvi-la retrucar que, na verdade, ela tem uma postura firme. Aqueles que têm um comportamento agressivo acham que são apenas francos. Os que não sabem trabalhar em equipe costumam afirmar que os outros é que são lerdos. Os mal-educados se acham apenas exigentes”, ressalta Ferraz.

Gestores que se comportam dessa forma têm muita dificuldade de formar equipes. A neurociência e a psicologia são vistas como uma alternativa capaz de ajudar essas pessoas a melhorar o seu comportamento, seja por meio de terapias ou por meio da leitura de livros sobre o assunto.

“A personalidade de um adulto não muda muito. Porém, existem técnicas que proporcionam autoconhecimento, dando condições ao profissional de entender melhor o seu próprio comportamento e o das pessoas em sua volta”, afirma o consultor.

Apesar de ser comum a desmotivação e a falta de comprometimento dos funcionários, hoje em dia, muitas companhias não estão preparadas para lidar com situações desse tipo. “Por mais duro que seja falar isso, as empresas não são hospitais ou clínicas terapêuticas. As corporações esperam que os seus colaboradores atuem da melhor forma possível, trazendo resultados positivos”, salienta Ferraz.

Não é comum as empresas terem paciência com profissionais arrogantes, com problemas de atitude e que não se dedicam às suas tarefas. Inevitavelmente, esses colaboradores problemáticos são substituídos por pessoas melhor preparadas emocionalmente.

“As empresas perdem com isso, mas o mais prejudicado, sem dúvida, é próprio funcionário, que enquanto não souber lidar com essas questões, corre o risco de não construir uma carreira de sucesso”, conclui.

Por Carlos Gutemberg
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